Guardas acusam prefeitura de Santo André de assédio moral
A GCM (Guarda Civil Municipal) de Santo André protocola nesta sexta-feira (09/12) no Ministério Público uma denúncia contra a administração do município. A classe acusa a prefeitura de assédio moral, referente ao último ato da guarda no final de novembro. À época, os guardas protagonizaram manifestação cobrando do Executivo o reajuste do piso salarial de R$ 700, atualmente em R$ 1,2 mil. Segundo representantes da guarda, quem reivindicou o reajuste virou alvo de retaliação, que vão desde o corte em hora extra até a troca de postos e plantões da classe.
“Quem apareceu nas fotos dos jornais foi retaliado”, afirmou Carlos Alberto Pavan, guarda e diretor do Sindserv (Sindicato dos Servidores) andreense. Nos casos de hora extra, o benefício representa, em média, adicional de R$ 1 mil nos salários de cada funcionário. Cerca de 20 guardas foram alvo da retirada dos benefícios, segundo a GCM.
“Mais do que o próprio salário, eles não podem privar a gente de reivindicar, principalmente porque foi tudo feito legalmente, fora do horário de serviço”, afirmou o guarda Davis Rodrigues de Lima. O município garante que tanto as escalas mensais quanto as horas extras são realizadas de forma rotativa, enquanto as alterações de posto ocorrem para atender as demandas operacionais da cidade.
A passeata programada para ocorrer no centro de Santo André, nesta quinta-feira à tarde, foi cancelado devido à chuva. Entretanto, uma reunião realizada entre cerca de 50 guardas indicou a realização de uma assembléia na semana que vem. Entre as propostas sugeridas, foi colocada a possibilidade paralisação, ainda em dezembro. Atualmente, a GCM possui efetivo de 692 guardas municipais. O piso salarial da entidade é de R$ 1,2 mil e passou por reajuste pela última vez em 2011, juntamente com os demais servidores do município, de 14% divididos em duas parcelas. Segundo a prefeitura, “a Administração está disposta a manter diálogo”.
União – além de representantes da GCM andreense, a última reunião da classe realizada ontem à tarde na Câmara Municipal contou com a presença de representantes dos sindicatos de servidores de São Bernardo e Diadema. Na pauta, surgiu a indicação de unificação dos pisos salariais na região.
“Acho que a gente deveria pensar numa discussão em torno de um piso único. Se fala tanto em integrar a comunicação entre as guardas, então creio que esse assunto deva entrar em pauta nas prefeituras”, afirmou Giovani Chagas, presidente do Sindser são-bernardense. “É preciso uma política regional da nossa classe. A população não quer.