PM de São Paulo se tornou 'sádica' e 'assassina', acusa procurador federal

MPF entra com pedido formal para federalizar investigação sobre assassinato de jovens em São Bernardo. Eles teriam sido executados pela PM       

São Paulo – O Ministério Público Federal quer que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) federalize as investigações sobre o assassinato de dois jovens ocorrido no final de 2011 em São Bernardo, no ABC paulista. Eles teriam sido executados por policiais militares. Há indícios de que o inquérito aberto para apurar o caso teria desaparecido.

O pedido foi feito pelo procurador Matheus Baraldi Magnani, em ofício enviado à Procuradoria-Geral da República. Magnani tomou conhecimento do caso durante a audiência pública realizada na última sexta-feira, para debater o aumento da violência policial no estado. Para Magnani “é forte o entendimento no estado de São Paulo segundo o qual a Polícia Militar está se convertendo em uma polícia assassina, com liberdade para humilhar, subjugar e matar desenfreadamente”.
O procurador também lembrou que a violência policial atinge indistintamente diversos segmentos da sociedade paulista. “Se hoje os episódios de assassinatos de inocentes praticados por policiais militares em bairros nobres chamam a atenção da sociedade paulista de forma mais acentuada, é certo que a periferia da capital paulista convive com a arbitrariedade e com assassinatos brutais de inocentes há muito tempo”, disse.

Segundo Magnani, “a Polícia Militar paulista respira violência, que vai desde o assassinato sádico e banal de cidadãos inocentes, até a agressão moral, que é constante” e, por conta disso, “um pedaço significativo da sociedade brasileira está sendo submetida a uma polícia de Estado arbitrária, que usa a violência de forma desregulada e desmedida”.

O caso de São Bernardo

Segundo a Fundação Criança, os adolescentes Douglas da Silva e Felipe Pontes Macedo voltavam da escola por volta das 21h30 do dia 30 de novembro de 2011 quando foram abordados pelos policiais.

No inquérito policial foi registrado que “policiais militares em serviço afirmaram ter sido agredidos a tiros por Douglas da Silva e Felipe Macedo Pontes, durante abordagem de rotina e, na reação a tal agressão, acabaram por ferir mortalmente ambos os autores”.

Porém, o laudo pericial constatou que não havia resíduos de chumbo nas mãos dos adolescentes. Sem ter acesso ao inquérito, a Fundação Criança conseguiu que a Ouvidoria da Policia do Estado de São Paulo colhesse o depoimento de duas testemunhas.

Uma delas relatou que “visualizou os policiais derrubarem os menores Felipe e Douglas de uma moto vermelha e, sem qualquer motivação, efetuarem vários disparos de arma de fogo”. Outra testemunha contou que, após os disparos, os policiais começaram a discutir entre si ao perceberem que os adolescentes não estavam armados.

Fonte: Rede Brasil

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