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Primeira mulher a comandar Guarda Civil de SP em 33 anos assume o cargo nesta sexta-feira

18:37 gmnoticias 0 Comentarios

Elza Paulina Souza tem 52 anos e é formada em filosofia e fisioterapia. Ela defende que a sociedade 'rasgue a venda' ao falar sobre drogas e diz que pretende aumentar e valorizar efetivo da corporação.


Mulher, avó, catequista, formada em fisioterapia e filosofia, gosta de correr e rabiscar em um caderno que leva sempre consigo enquanto fala. Religiosa, Elza Paulina Souza tem 52 anos, está há 33 anos na corporação - entrou em 1986, quando a Guarda foi criada - e assume nesta sexta-feira (5) oficialmente como a primeira comandante mulher da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo.

Elza está há 33 anos na corporação e é a primeira mulher a comandar a GCM da cidade de São Paulo — Foto: Tahiane Stochero/G1

Como comandante, ela pretende aprimorar a valorização dos profissionais, assim como melhor capacitá-los para as principais ações da GCM, que são o apoio às operações das secretarias municipais – entre elas a segurança da Cracolândia, área ocupada por usuários de drogas no Centro de São Paulo.

Elza diz que também deseja aumentar o trabalho em conjunto com a Polícia Militar em ações como a fiscalização de pancadões, e o projeto Maria da Penha, que acompanha o cumprimento de medidas judiciais protetivas a mulheres vítimas de violência doméstica.

“Eu gostaria que a guarda fosse reconhecida de fato pelo espaço que ocupa e pelo que faz, que não nos olhassem às vezes como se fôssemos um patinho feio, para que pudéssemos fazer um serviço com dignidade. Por exemplo: no território da Nova Luz (como passou a ser chamada a Cracolândia). O fluxo (de usuários de drogas) vira e a cada 8 horas precisa limpar lá. Às vezes dá confusão e a conta é a gente que sempre paga. Não estamos tirando nossa responsabilidade, mas é dentro de um grande processo. Se não tiver um GCM lá, ninguém passa pela região”, diz Elza.

Política contra as drogas


“Eu respondo pela minha parte, mas todo mundo é responsável, já que não é um problema só de segurança. Ele sai de lá, atravessa a rua, vem aqui (na estação de Metrô da Luz, no Centro de São Paulo), rouba um celular e volta para lá para trocar por crack. Ele tem plena consciência dos seus atos, sabe o que está fazendo. Ele tem que ser responsabilizado pelos crimes que comete. Este é um posicionamento meu”, afirma a nova comandante.

Para Elza, é necessário “rasgar a venda” que cobre os olhos da sociedade. “Se a gente não rasga esta venda e olha o processo por inteiro, não vai sarar isso. Ele tem uma parcela de responsabilidade, ele sabe o que ele está fazendo”, acredita.

“Há um sentimento ambíguo da sociedade. É preciso que a sociedade decida o que ela quer. Qual a resposta que a sociedade quer. É uma discussão intensa, é um processo difícil, porque a responsabilidade não é só minha”, defende.

Primeira mulher no comando

Comandante da GCM é religiosa, professora na academia de formação de guardas e avó — Foto: Mauricio Villar/GCM-SP
“A gente precisa de sonhos para viver, precisa acreditar em algo, querer algo. Nem que seja ir na [rua] 25 de Março comprar uma linha. Este é o problema desta juventude: eles precisam acreditar que podem fazer acontecer”, defende.

Também quer deixar um legado de valorização e aperfeiçoamento do profissional e aumentar o efetivo, que hoje tem cerca de 6.200 agentes.

“Temos muitos pedidos, nossa demanda é infinita. Toda hora tem alguém pedindo apoio da GCM para alguma coisa e queremos fazer tudo bem feito. Estamos estudando um novo concurso, para a contratação de mil novos agentes, e também como estruturar a aposentadoria da categoria, pois não temos uma aposentadoria especial”, diz a superintendente.

Por Tahiane Stochero, G1 SP

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