Governo anuncia reforço na segurança de Ilhéus após caos registrado hoje

O comando da Polícia Militar da Bahia anunciou no início da noite desta quinta (02) o reforçou do policiamento nas cidades de Feira de Santana e Ilhéus. A iniciativa foi tomada em virtude do clima de tensão gerado por atos de vandalismos, segundo o governo, "causados por manifestantes em greve". Em Feira de Santana foram deslocadas viaturas da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte. Já em Ilhéus foram enviadas equipes da Cipe Cacaueira. O objetivo é intensificar o policiamento e garantir a segurança nestes municípios.

O reforço ocorre no mesmo dia em que o juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública, Ruy Eduardo Almeida Brito, considerou ilegal a greve convocada por segmentos de policiais militares baianos. O juiz acolheu requerimento do Estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado, no ato representado pelo procurador Marcos Sampaio. A Justiça já determinou que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (ASPRA - BA) suspenda o movimento grevista deflagrado, devendo cumprir a decisão, de imediato, sob pena de multa de R$ 80 mil, por cada dia de paralisação.

O dia foi dificil em Ilhéus. Não foi apenas o comércio do centro de Ilhéus que fechou as portas como medo de arrastões. Estabelecimentos em bairros populosos da periferia, como Nelson Costa (norte) e Teotônio Vilela (oeste), também pararam de funcionar. Desde as 11 horas, quando foi iniciada uma onda de boatos sobre possíveis ataques, a cidade se recolheu e áreas, normalmente com movimentos significativos de pessoas e carros, mais pareciam o cenário do abandono. Os três poderes constituídos do município - Prefeitura, Câmara e Fórum - também fecharam as portas com medo da violência nas ruas. Os ônibus deixaram de circular.

Tudo começou pelo centro. Uma correria generalizada no Cerntro Histórico de Ilhéus, às 11h15min, assustou comerciantes, trabalhadores e turistas. Depois, a crise se estendeu a vários pontos da cidade. Alguns, boatos não confirmados. Outros, segundo testemunhas, ataques reais de bandidos, inclusive, alguns, fortemente armados. Repórteres do JBo confirmaram agora à noite que houve mesmo uma tentativa de saque a um supermercado na Central de Abastecimento. Uma testemunha contou que, pelo menos, 40 pessoas tentaram invadir a loja. "A maioria estava de moto e sem camisa, com pedaços de pau na mão", afirma. "Foi um terror", completa.

Com a greve da PM, agentes da Polícia Federal ganharam as ruas do centro. A Secretaria Municipal de Turismo, para garantir a integridade física dos passageiros de um transatlântico aportado em Ilhéus, anunciou toque de recolher. Vans, ônibus e taxis fizeram a operação de retorno do Porto. Mas alguns turistas, bastante assustados, só aceitaram deixar estabelecimentos comerciais - onde haviam buscado proteção - com a presença de homens da Guarda Municipal, que tentavam auxiliar na operação. O navio partiu para alto-mar antes do horário previsto. Uma turista teve a máquina fotográfica roubada durante o tumulto.

Nas imediações da avenida Esperança, zona oeste, os boatos eram de saques em residências e assaltos à motoristas que passavam pelo local. Apesar de todas estas informações, parte das autoridades que estavam nas ruas de Ilhéus atribuia a situação a uma "onde de boatos provocada pelos policiais grevistas".

Os festejos pelo Dia de Iemanjá, sempre um evento importante no calendário turístico da cidade, foram esvaziados. Pouca gente arriscou a permanecer na praça Dom Eduardo onde estavam sendo depositadas as oferendas. A pedido do comando local da PM foram cancelados os festejos profanos do evento. A procissão marítima ocorrida à tarde ficou restrita a duas embarcações. Na que estavam as oferendas, foi permitido o acesso de apenas cinco pessoas.

Ilhéus viveu o caos. Ao meio-dia, por exemplo, a imagem do centro comercial era desoladora. À tarde, nada funcionou e o clima continuou tenso. Um dia, sem dúvida, para ser esquecido pela população de Ilhéus.

FONTE : JORNAL BAHIA ONLINE

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