De tempos em tempos vemos renovar-se velhos surtos no Brasil. Muitos destes surtos são relativos a bactérias que se renovam e ficam resistentes aos medicamentos já existentes. Mas existem outros surtos que aparecem, de tempos em tempos, e não têm nada haver com doenças. Tem haver com falata de caráter, ética, rancor e abuso de poder, nos lembrando sempre de tempos vinculados aos de ditaduras, ao estado facista e nazista. Foi o caso provocado por uma CIPM - Companhia Independente da Polícia Militar da Bahia, em Ilhéus, que invadio área fora de sua jurisdição e espancou e torturou assentados praticantes da religião do Candomblê.

Áreas de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária são de responsabilidade da Polícia Federal, não cabendo às Polícia do Governo do Estado ações não autorizadas por ordem judicial. Assim, os políciais militares, ao invadirem a área do Assentamento Dom Helder Câmara, se colocaram à margem da lei e passaram a fazer todos os tipos de barbarie.

Não é permitido a qualquer cidadão o desconhecimento da lei. Pior então é o mesmo desconhecimento por parte dos agentes públicos, "representantes do Estado". O estado brasileiro é um estado laico, não se submete a nenhuma religião. Mas neste caso, os PM's, "representantes do Estado", resolveram que a religião praticada no Assentamento, era errada, aplicaram os seus preconceito e identificaram que alí estava o "satanás".

Os agentes públicos representantes do Estado, deixaram de ser agentes defensores dos direitos previstos nas Constituições do Brasil e da Bahia, para se tornarem exorcistas. Colocando a líder religiosa Bernadete sobre um formigueiro, determinavam que o satanás se retirasse do corpo de Bernadete. As formigas morderam as pernas de Bernadete. É para isso que pagamos nossos impostos, para que políciais gastem o erários público para se travestirem de exorcistas?

O Governador Wagner precisa tomar providências. Os políciais da PM-BA de Ilhéus estão passando por um surto de algum vírus que os remetem aos tempos da ditadura militar de 1964. Talvez seja o vírus "tropa de elite 2", onde policiais frustados por não estarem na tropa de elite da polícia, se transvistam de soldados do BOPE do Rio de Janeiro, e passem a ter o pior lado retratado nas telas do cinema como sua nova ordem de conduta, ou seja, a prática da tortura.

Também, o Governador Wagner precisa apurar a conduta dos Agentes da Polícia Civil que receberam da PM a Senhora Bernadete. Como os plantonista da Polícia Civil permitiram o encarceramento da líder religiosa junto com homens. Este também colocaram-se à margem da lei.

Algo tão grave quanto o que fora cometido contra Bernadete e os assentados do Dom Helder Câmara, foi o comportamento do PM's em relação dois principais representantes do povo Baiano e Brasileiro, o Governador Wagner e o Presidente Lula. Segundo ficamos sabendo, mostrando que não se submetem a nenhum Governante quando praticam seus descalabros, os PM's chegaram a dizer: "não adianta chamar o governador Wagner e o presidente".

A Sociedade baiana exige do Governador Wagner, sob pena de posteriormente perder o comando total sobre sua polícia, uma ação firme, que mostre aos que preferem viver fora da lei que a Farda e o manto do Estado não lhes darão abrigo, a não ser nas mesma grades para onde encaminharam a Senhora Bernadete.

O Advogado Valdir Mesquita já adotou medidas judiciais junto à Justica. Também o Deputado Estadual Valmir Assunção pronunciou-se indignado com os atos dos PM's e da Polícia Civil e já solicitou que a Secretária de Justiça e cidadania adote providências. Assunção também está solicitando ao Governador Wagner e à Secretaria de Segurança Pública que apure os fatos e proceda a devida punição.